5 de fevereiro de 2010

Pecando contra o Capital



Pecar contra o Capital, engloba não tê-lo, não considerá-lo como prioridade da vida, não seguir suas regras, não cultuá-lo e por fim não amá-lo. Mas no entanto, até mesmo os que seguem a sua "doutrina" são inquiridos .

Se você é um pecador à vista do Capital, você já está no inferno, mas no entanto, o inferno do capital é circunstancial e até temporário, basta que você se propicie de sua redenção através de alguns dígitos à esquerda da vírgula no seu extrato bancário.

Condenado, fracassado e sem valor, é assim que se sente um inadimplente, ou mesmo um "quebrado" por natureza, é como uma sina cáustica que remete à uma existência inglória.
Se você já teve ou tem o nome no SPC, SERASA, execuções e protestos, sabe exatamente do que estou falando.
Esse pecado de não ter o Capital ou de não gozar de uma boa relação com ele é um pecado imperdoável e isso está incutido no inconsciente coletivo.
Considerando, ele é um credor onipresente e cínico.

Mas como não sou dado à vitimísmos gratuitos, afirmo que nós somos os principais credores de nós mesmos. Quantas vezes me cobrei implacavelmente por não ser "bom" o suficiente para dar a mim e minha família um padrão de vida "digno". Quantas vezes nos sentimos obsoletos e "coitados" quando nos comparamos à pessoas que vivem uma vida financeira bem mais tranquila e confortável do que a nossa? Quando de fato nada disso é verdade ou fatalidade mas apenas um pressuposto sobre uma condição externa e material, que não pode determinar o que uma pessoa é ou deixa de ser.

Se você é uma pessoa que vive em harmonia com os cifrões, você já é um ser a caminho da perfeição e abençoado por Deus. Se você é um devedor, saiba que todos os outros atributos positivos do seu caráter não valem de nada. Isso fica claro quando um rapaz "duro" se atreve a querer casar-se com uma moça que vive em um lar financeiramente estabilizado.

Dentro da igreja, o devedor é satanizado ao extremo; de portador de maldição à possuído pelo "tranca rua". Na família se o "quebrado" no entanto for trabalhador, sobra para ele o "conforto" de ser rotulado apenas de "azarado".

Mas esse "deu$", a seu tempo, também oprime aqueles que gozam de "boa" situação, ele instiga os seus servos a quererem sempre mais e mais, sempre com uma justificativa "legítima".
Sutilmente ele se apodera e domina com mão de ferro aqueles que acreditam estar conquistando, crescendo e possuindo, quando na verdade são possuídos. Os mais honestos consigo mesmos conseguem se enxergar, admitem e tentam se libertar, mas é tarde demais. Sua vida não o pertence mais, os seus passos são deliberados por aquele que deseja domínio total e fatal.
Quantos conhecidos, amigos e parentes eu já vi e os vejo ser reduzidos e subjugados por esses "pecados" contra o capital.

Não sou nenhum "franciscano", mas decidi há um bom tempo atrás que eu não admitiria ser subjugado por esse "deus".

Confesso que de fato não sou, muito menos me sinto imune à essa loucura capital, mas a medida que me oponho, apartir do discernimento de que não é necessário conceder ou conceber coisa alguma, em função daquilo que não irá determinar o meu bem estar comigo mesmo e com minha consciência, me sinto um homem livre e completo.

"Sei passar necessidade, e também sei ter abundância. Em toda
maneira, e em todas as coisas aprendi tanto a ter fartura, como
a ter fome, tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
Tudo posso naquele que me fortalece." Fp 4:12-14

No mais, Fiquem na Paz de Cristo, que é o necessário!!

Victor Silva
Cont.Thiago blog na Raça e na Graça

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